quarta-feira, 5 de setembro de 2018

3ª Postagem - Canais Iônicos e a Fibrose Cística

Hoje abordaremos acerca dos canais iônicos, que são importantes receptores celulares. Para facilitar o entendimento usaremos como exemplo a sinalização que ocorre entre neurônio-músculo mediada pela acetilcolina. Todos devem está lembrados que a acetilcolina é um neurotransmissor, ela é secretada decorrente de um estímulo chamado de potencial de ação. 
A acetilcolina se difunde através de uma sinapse para provocar sua resposta no músculo e promover o movimento. Antes de sua liberação, ela está localizada em vesículas que possuem canais de cálcio. Quando o potencial de ação chega até essa vesícula os canais de cálcio se abrem permitindo a entrada desses íons e a saída da acetilcolina, por meio de sua fusão com a membrana plasmática da vesícula. 

Após ser liberada ela irá se difundir até chegar no seu receptor, que é um canal iônico. Esses tipos de receptores são como funis, observe a imagem abaixo:

A medida que a acetilcolina se liga a seu receptor ocorre uma mudança conformacional que permite a abertura do "funil" e a entrada dentro da célula de íons Na+ e de K+ para fora. Essa mudança de concentração iônica ativa diversas sequências de eventos que dispara a resposta celular e por fim a contração da fibra muscular. 
Logo, canais iônicos são receptores que por meio de um sinal mudam sua conformação permitindo a entrada ou saída de um íon da célula. 

RELAÇÃO CLÍNICA:
A Fibrose cística é uma doença genética, em que as manifestações clínicas são decorrentes da disfunção da proteína  Cystic Fibrosis Transmembrane Condutance Regulator (CFTR), que tem como função agir como canal de cloro. 
O não funcionamento adequado dos canais de cloro causam inúmeras consequências para o paciente. Já que sua função é regular o balanço entre íons e água, regulando assim o o transporte de suco gástrico, suor e mucos. Causa, assim, acúmulo de muco no trato digestivo, pulmões e outros locais. 
Não existe uma cura definitiva para a doença, e os portadores ainda morrem jovens(entre 20 e 40 anos), decorrente sobretudo de problemas pulmonares. 




REFERÊNCIA:
Bioquímica médica básica de Marks / Colleen Smith, Allan D. Marks, Michel Lieberman ; tradução Ângela de Mattos Dutra ... [et al.] – 2.ed. – Porto Alegre : Artmed, 2007.
http://revista.hupe.uerj.br/detalhe_artigo.asp?id=72

Nenhum comentário:

Postar um comentário