quinta-feira, 27 de setembro de 2018

  1. Os Distúrbios no equilíbrio ácido-base são comuns na pratica clinica de qualquer unidade hospitalar que se preze. E qual o fisioterapeuta que não dá uma espiadinha! Ajustando a Fio2 e a PEEP para manter uma PaO2 maior que 60mmhg, com Sao2 sempre maior que 90%. O que falar da Pco2 então, o espelho da ventilação/minuto alveolar?
    O balanço entre Pco2 e Hco3 dever ser bem ajustado para que não ocorra desequilíbrio no PH.

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    Vamos seguir alguns passos.
  2. Primeiro Passo: Nível do pH
    • Acidemia x alcalemia
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    Dessa forma controlamos o progredir do Potencial Hidrogeniônico, ou seja, do PH, que é o logaritmo negativo da concentração de iôns hidrogénio livres. O número de íons de hidrogénio em potencial no organismo é enorme, estando a maioria tamponada e, portanto, não está na forma livre. No pH habitual de 7,4 a concentração sanguínea de ions hidrogénio é é baixa. No ser humano saudável, a concentração de Hextracelular varia de 35 a 45mEq/L, o que confere um pH entre 7,35 e 7,45.
    Ou seja, o PH ideal é igual a 7, 4, tolerando estreita variação. Quanto maior a variação, maior será a exigência aos sistemas tampões extracelulares e intracelulares para manter a homeostase hidroeletrolítica, enzimática através do controle da concentração de hidrogênio livre.
    • Segundo Passo:
      • Causa da Acidose ou Alcalose ??????
      • HCO3 BAIXO = Acidose Metabólica.
      • HCO3 ALTO = Alcalose Metabólica.
      • pCO2 BAIXO = Alcalose Respiratória.
      • pCO2 ALTO = Acidose Respiratória.
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    Essas alterações podem repercurtir além da faixa estreita de normalidade do PH extracelular, resultando em acidemia ou alcalemia.
    • Terceiro Passo:
    Calcular a compensação esperada para o processo.
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    Assim, devemos ir mais fundo, conhecer a causa estimar a magnitude de cada componente que interfere no processo acidótico, principalmente na presença de múltiplas disfunções orgânicas, pois nesses pacientes, a presença de ânions não mensurados no plasma é importante mecanismo de acidose metabólica e sua detecção precoce é fundamental para se evitar efeitos deletérios sobre o organismo. Além disso, devemos saber se o Pco2 está adequado, caso contrário pode-se configurar numa acidose mista e ou mesmo num dist6úrbio tríplice.
    Ai vem a importância de se avaliar o hiato aniônico na acidose metabólica.
    Atentarmos-ei sempre ao anion gap (AG), que representa a concentração de todos os ânions não mensurados no plasma.
    Os ânions são íons que tem carga negativa, ou seja, são formados com a adição de elétrons (e-, carga negativa). As proteínas carregadas negativamente são responsáveis por cerca de 10% dos ânions do plasma e compõem a maioria dos ânions não mensuráveis representado pelo hiato aniônico sob circunstâncias normais.
    Os ânions de ácidos (por exemplo, lactato, acetoacetato, sulfato), produzido durante a acidose metabólica não são medidos como parte do perfil habitual de laboratório bioquímico. O H + produzido reage com ânions bicarbonato (tampão) e do CO2 produzido é excretado através dos pulmões (de compensação respiratória). O efeito líquido é um decréscimo na concentração de ânions medidos (HCO3 ie) e um aumento na concentração de ânions não mensuráveis (os ânions de ácido) para o aumento da diferença aniónica.
    AG é calculado a partir da seguinte fórmula:
    AG = sódio - (cloro + bicarbonato)
    O cálculo do anion gap (AG) é prática comum na abordagem do paciente com acidose metabólica. Ele é fornecido pela fórmula: AG = sódio - (cloro + bicarbonato). Os valores normais variam de 8 a 16. Acidose metabólica com AG aumentado está associado com situações onde ocorre ganho de ácido (acidose lática, cetoacidose diabética, uremia) enquanto que acidose metabólica com AG normal está associado com situações onde ocorre perda de base (acidose tubular renal, diarréia). Nos pacientes com hipoalbuminemia (albumina < 3,5 g/dL) deve-se utilizar o AG corrigido segundo a seguinte fórmula: AG corrigido = AG calculado + 2,5 (4 - albumina). Por exemplo, um paciente com albumina de 1,8 g/dL e AG de 10 tem um AG corrigido de 10 + 2,5 (4,0-1,8) = 15,5.
    AG corrigido = AG calculado + 2,5 (4 - albumina)
    Atenção,
    AG normal – perda de base
    AG aumentado – ganho de ácido – Delta anion gap.
    Nos pacientes com acidose metabólica e anion gap aumentado, o cálculo do delta gap pode ser útil para o diagnóstico de distúrbios mistos.

    Delta gap = (Anion gap - 12) - (24 - bicarbonato). O delta gap é a diferença entre o aumento do anion gap a partir de 12 mEq/L e redução do bicarbonato a partir de 24 mEq/L.
    Delta gap = (Anion gap - 12) - (24 - bicarbonato).
    Se a acidose metabólica com anion gap aumentado for a única alteração ácido-base, a correlação entre o aumento do anion gap e redução do bicarbonato deve ser de aproximadamente zero.
    Delta gap > 6 (redução do bicarbonato é menor que a esperada) = alcalose metabólica concomitante à acidose metabólica com anion gap aumentado

    Delta gap < 6 (redução do bicarbonato é superior a esperada) = acidose metabólica com anion gap normal associada à acidose metabólica com anion gap aumentado

    Exemplo: Mulher jovem com diarréia, vômitos, hipotensão arterial e acidose metabólica. Sódio 144 mEq/L; Potássio 4,2 mEq/L, Cloro 95 meq/L; Bicarbonato 14 mEq/L. Anion gap = Na - (Cl + Bicarbonato) = 25 (normal: 8-16 mEq/L). A presença de um delta gap superior a 6 mEq/L sugere a presença de uma alcalose metabólica concomitante à acidose metabólica.
    Conta na ponta do lápis.
    AG = Na – (Cl+ BIc)
    AG = 144 – (95 + 14)
    AG = 144 – 119
    AG = 25
    Delta AG = (ag – 12) – (24 – bic)
    Delta Ag = 25 -24 -14
    Delta AG = 15

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